Conflitos no trabalho: quando o silêncio custa caro para a empresa

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Tempo de Leitura: 7 Minutos

Conflitos no trabalho fazem parte da rotina de qualquer empresa, mas quando não são tratados com atenção, se transformam em um problema caro e silencioso.

Discussões mal resolvidas, falta de diálogo entre áreas ou atritos entre líderes e equipes geram impactos diretos no clima organizacional, na saúde mental no trabalho e até nos resultados financeiros.

Segundo dados da Série SmartLab de Trabalho Decente 2025, os benefícios por incapacidade temporária associados à saúde mental mais do que dobraram nos últimos dois anos, evidenciando o quanto os riscos psicossociais vêm crescendo dentro das organizações.

Em muitos casos, esses afastamentos começam justamente com pequenos conflitos que não foram ouvidos a tempo.

Entender, acolher e resolver conflitos de forma estruturada é papel de toda liderança e do setor de Gente e Gestão, que devem enxergar o diálogo como uma ferramenta de cuidado.

Continue a leitura e venha descobrir como surgem os conflitos no trabalho, quais tipos exigem sua atenção e  estratégias práticas para lidar com eles antes que virem crises maiores, como o Canal de Acolhimento.

Vamos lá?

O que é conflito no trabalho

Conflito no trabalho é o choque de opiniões, interesses ou percepções entre pessoas ou grupos dentro de uma organização. Ele pode surgir de algo simples, como um mal-entendido, ou de questões estruturais, como diferenças de valores, metas ou estilos de liderança.

O conflito em si não é o problema. Atritos no trabalho podem ocorrer em qualquer setor da empresa, do chão de fábrica ao nível estratégico, assim como é comum em diferentes modelos de trabalho, seja híbrido, remoto ou presencial.

O desafio está em como ele é conduzido, pois o silêncio ou a negação costumam transformar uma divergência pontual em um risco psicossocial com reflexos na saúde mental e no clima organizacional.

Exemplos de conflitos no ambiente de trabalho

Conflitos no ambiente de trabalho podem surgir por diferenças de comunicação, sobrecarga, falhas na gestão ou choques de personalidade. Listamos alguns exemplos que ajudam a visualizar como eles aparecem no dia a dia, confira!

  • Conflitos entre colegas de equipe: desentendimentos sobre divisão de tarefas ou responsabilidades;
  • Conflitos entre líderes e liderados: falta de feedbacks claros, cobranças excessivas ou comunicação agressiva;
  • Conflitos entre departamentos: disputas por prioridades, prazos ou recursos;
  • Conflitos em modelos híbridos: dificuldade de integrar equipes presenciais e remotas, gerando sensação de desigualdade;
  • Conflitos em áreas operacionais: falhas de coordenação que afetam a produtividade e o clima;
  • Conflitos em ambientes administrativos: conflitos por diferenças de opinião, ego ou estilo de trabalho.

Tipos de conflitos

A origem e o nível de impacto são os critérios mais comuns para classificar e compreender os tipos de conflitos no trabalho existentes. Uma vez que se analisa as diferenças entre eles, torna-se mais fácil encontrar a melhor estratégia de resolução.

Veja os principais tipos:

Conflitos interpessoais

Ocorrem entre duas ou mais pessoas, geralmente por diferenças de comportamento ou comunicação.

  • Exemplo: atrito entre colegas que têm estilos de trabalho opostos.

Conflitos de tarefas

Surgem quando há discordância sobre o que deve ser feito ou como executar uma atividade.

  • Exemplo: divergência entre membros de um projeto sobre a prioridade de entregas.

Conflitos de processos

Envolvem o modo de trabalho ou a divisão de funções.

  • Exemplo: uma equipe questiona a forma de avaliação adotada pela gestão.

Conflitos de recursos

Acontecem quando há disputa por tempo, orçamento ou equipamentos.

  • Exemplo: dois setores solicitam o mesmo recurso limitado da empresa.

Conflitos de valores

Têm origem em diferenças pessoais, culturais ou éticas.

  • Exemplo: colaboradores que divergem sobre práticas internas ou decisões corporativas.

Conflitos intrapessoais

São internos, quando o próprio colaborador vive um dilema entre suas crenças e as exigências do trabalho.

  • Exemplo: sentir-se pressionado a agir contra seus princípios para cumprir metas.

Conflitos intergrupais

Acontecem entre equipes, áreas ou unidades de negócio.

  • Exemplo: disputas entre departamentos que trabalham com metas dependentes, mas sem integração.

Quanto custa ignorar o conflito no trabalho para a empresa?

Quem nunca considerou ignorar um conflito no trabalho para evitar desconfortos na equipe? Na prática, esse tipo de postura pode gerar uma crise grave e altos custos para os envolvidos, seja colaborador, líder ou organização. 

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos por ano devido à depressão e à ansiedade, o que representa um custo de quase um trilhão de dólares à economia global.

Quando os problemas são deixados de lado, eles afetam a produtividade, o clima organizacional e a saúde mental dos colaboradores, levando a afastamentos, aumento do turnover e até ações trabalhistas.

No Brasil, uma pesquisa da Fellipelli Consultoria, realizada em parceria com a OPP, revelou que os profissionais brasileiros gastam em média 1,9 hora por semana resolvendo conflitos no ambiente de trabalho. Isso equivale a 91,2 horas por ano ou 11,4 dias de trabalho perdidos.

O levantamento, feito com 5.000 executivos em nove países, mostrou que o Brasil fica atrás apenas de nações como Alemanha, Irlanda e Estados Unidos no tempo gasto com disputas internas.
Os custos não param aí: em 2024, o Brasil registrou 472.328 afastamentos por transtornos mentais, um aumento de 68% em relação a 2023.

Ou seja, o impacto emocional das tensões mal administradas no ambiente profissional geram uma reação em cadeia de prejuízos sociais e econômicos.

Lidar com o conflito de forma estratégica e acolhedora é muito mais econômico e saudável, do que fingir que ele não existe.

“Por isso, o Canal de Acolhimento vem fortalecendo tomadas de decisões mais eficientes e cirúrgicas, ao reunir dados precisos sobre o dia a dia da empresa, e impedindo que atritos no trabalho evoluem para problemas mais graves”, diz Cris Hohenberger, Chief Marketing Officer da Contato Seguro.

Saiba mais sobre o que um Canal de Acolhimento bem estruturado é capaz de fazer pela sua equipe. Converse com nossos especialistas pelo formulário ao lado e agende uma demonstração!

Principais causas de conflito no trabalho em equipe

Os conflitos no trabalho surgem, em grande parte, por desalinhamento entre pessoas, equipes e processos. Se analisarmos as causas mais comuns, encontraremos:

  • falta de comunicação clara entre setores ou lideranças;
  • distribuição desigual de tarefas ou responsabilidades;
  • diferenças de valores, crenças e estilos de trabalho;
  • falta de reconhecimento e feedback;
  • pressão por resultados sem suporte emocional adequado;
  • ambientes competitivos em excesso;
  • problemas de convivência entre líderes e equipes híbridas, remotas ou presenciais.

Compreender o que está por trás de cada conflito ajuda empresas e profissionais de Gente e Gestão a agir preventivamente, promovendo um ambiente onde as pessoas se sintam escutadas e respeitadas.

A psicóloga Helena Brochado explica como o cuidado com a saúde mental no trabalho pode transformar a realidade de uma organização. Assista ao vídeo!

Como evitar conflitos no ambiente de trabalho?

De acordo com o relatório “Workplace Conflict and How Businesses Can Harness It to Thrive”, encomendado pela CPP Inc., 70% dos funcionários acreditam que a gestão de conflitos é uma habilidade de liderança extremamente importante.

Ainda segundo o estudo, 54% dos colaboradores afirmam que os gestores poderiam lidar melhor com as disputas se abordassem as tensões logo que elas surgem.

Como vimos, a forma de reagir aos primeiros sinais de conflito impacta diretamente o clima organizacional e a confiança dentro das equipes!

Evitar conflitos não significa eliminar as diferenças, mas aprender a transformá-las em oportunidades de diálogo, aprendizado e trabalho colaborativo.

A seguir, conheça orientações práticas para cada nível da organização:

Para empregadores: criar uma cultura de escuta e transparência

Os empregadores têm a função de estabelecer um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para falar sobre suas preocupações.

Isso inclui estimular o diálogo aberto, investir em treinamentos sobre comunicação não violenta e oferecer canais seguros de escuta, como o Canal de Denúncias, que acolhe relatos, dúvidas e sugestões com agilidade e confidencialidade.

Uma cultura organizacional transparente e acolhedora ajuda a prevenir ruídos, reduz a rotatividade e demonstra que a empresa se preocupa genuinamente com o bem-estar das pessoas.

Para líderes: agir com empatia e resolver tensões rapidamente

Liderar também é escutar ativamente. Os líderes estão na linha de frente da convivência e, por isso, precisam estar atentos aos sinais de desentendimento entre membros da equipe.

O lembrete de ouro é: resolver tensões no início evita que pequenos incômodos se transformem em grandes rupturas.

Promover conversas francas, demonstrar empatia e mediar os conflitos com equilíbrio são atitudes que descomplicam as relações e agregam valor ao trabalho em equipe.

Além disso, líderes preparados inspiram os demais para contribuir na construção de preservação de um ambiente mais seguro emocionalmente.

Para equipes de Gente e Gestão: mediar e educar para o convívio saudável

As equipes de Gente e Gestão têm papel estratégico na prevenção e gestão de conflitos. Dentre suas tarefas, estão mapear fatores de risco psicossocial, orientar líderes, oferecer treinamentos sobre convivência respeitosa e divulgar canais de apoio aos colaboradores.

O trabalho de mediação e educação continuada ajuda a consolidar uma cultura de respeito, reduzindo afastamentos e fortalecendo o engajamento coletivo.

Quando o time de Gente e Gestão atua próximo às pessoas, a empresa mostra que valoriza a saúde emocional tanto quanto os resultados!

  • Cuidado é ação: implemente um Canal de Acolhimento seguro, em conformidade com a nova NR-1!

Estratégias para resolução de conflitos

Conflitos no trabalho se tornam sinônimo de oportunidades de amadurecimento quando são conduzidos com empatia e método.

A resolução passa por abordagens estruturadas que ajudam a restaurar o diálogo e a confiança. Entre as principais estratégias estão:

Mediação

Envolve uma pessoa neutra, interna ou externa à empresa, que facilita a comunicação entre as partes em conflito. O mediador ajuda a restabelecer a escuta e a promover acordos sustentáveis, sem julgamentos.

Negociação

Ocorre quando as próprias partes conversam diretamente para buscar um consenso, com base na colaboração e no respeito mútuo. Sua prática estimula a autonomia e o senso de responsabilidade das equipes.

Arbitragem

Utilizada em situações mais complexas, quando é preciso recorrer a uma instância imparcial para decidir o impasse. Embora mais formal, pode ser uma alternativa para resolver disputas que envolvem contratos ou divergências corporativas específicas.

Cada método pode ser aplicado conforme o contexto e o tipo de conflito, mas todos compartilham o mesmo princípio. Ouvir com atenção, compreender as causas e buscar soluções que preservem as relações e a saúde mental no trabalho.

Indicadores para gestão de conflitos

A gestão de conflitos precisa ser acompanhada de indicadores que permitam avaliar se as ações de prevenção e resolução estão surtindo efeito.

Monitorar os dados ajuda a identificar padrões, áreas críticas e oportunidades de melhoria no clima organizacional. Veja 6 exemplos de indicadores que podem ser adotados:

  1. Tempo médio de resposta a relatos (em canais internos ou de acolhimento);
  2. Taxa de resolução de conflitos (% de casos solucionados no prazo);
  3. Reincidência por área (quantas vezes o mesmo tipo de problema reaparece);
  4. Absenteísmo e rotatividade (impactos indiretos dos conflitos não tratados);
  5. % de líderes e colaboradores treinados em gestão de conflitos;
  6. % de ações do PGR concluídas, especialmente as relacionadas a riscos psicossociais.

Ter uma estratégia de gestão de conflitos bem estruturada, com base no acolhimento e no diálogo, é o que faz a diferença entre um ambiente saudável e um espaço de tensão constante.

A Contato Seguro é referência nacional em soluções de conformidade legal e segurança emocional no trabalho.

Por meio de tecnologia e atendimento humanizado, a empresa apoia organizações de todos os portes na construção de ambientes mais saudáveis e colaborativos.

O Canal de Acolhimento da Contato Seguro foi desenvolvido para receber relatos de forma confidencial, com triagem especializada e acompanhamento ágil.

Ele pode ser personalizado para a realidade da sua empresa, ajudando a reduzir riscos psicossociais, aprimorar a gestão de conflitos e fortalecer o clima organizacional.

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