Homofobia, gordofobia, tripofobia, transfobia, agorafobia… São muitas as “fobias” presentes no dia a dia.
Nós sabemos que cada uma dessas palavras mencionadas pode gerar dúvidas nas pessoas que ainda desconhecem os seus significados.
Mas, calma! Fazendo a leitura deste artigo, você poderá riscar da sua lista o entendimento sobre uma delas: a xenofobia.
Quando falamos sobre fobias, é importante ter em mente dois aspectos importantes:
- Alguns tipos específicos de fobias partem de um “lugar de medo” e “perigo iminente”— como, por exemplo, o pavor de aranhas (conhecido como “aracnofobia”), ou o pânico de altura, (a “acrofobia”).
- Porém, de outro lado, existem fobias que não se originam do medo propriamente dito, mas sim de uma espécie de “aversão social irracional”, carregada de preconceito em relação a grupos que não representam nenhum tipo de ameaça. Esse é o caso da xenofobia!
Hoje, mais do que nunca, a promoção dos ideais de diversidade e inclusão está em pauta não só nas organizações, mas em toda a sociedade, de modo geral.
Comportamentos abusivos, tidos como “aceitáveis” no passado, não podem e não devem mais ser relativizados.
Não naturalizar as “fobias preconceituosas” é um dever a ser respeitado por todos nós. Só assim poderemos viver e trabalhar em espaços mais seguros, íntegros, igualitários e pautados pelo acolhimento às diferenças.
E o melhor caminho para ter sucesso nessa missão é aprender o que são essas atitudes prejudiciais e saber como combatê-las no cotidiano.
Então, vamos aprender juntos? Vem com a gente!
O que é xenofobia?
De origem grega, o termo xenofobia é utilizado para identificar a aversão preconceituosa a pessoas ou coisas estrangeiras, não somente aquelas provenientes de um país diferente, mas também de outras regiões nacionais com caracterizações sociais e culturais diferentes das predominantes em determinada região/localidade.
É o sentimento odioso em relação às diferenças étnicas, geográficas e linguísticas, frequentemente associado a possíveis atitudes discriminatórias.
Imagina só sair do seu país ou estado em busca de novas oportunidades ou com o objetivo de viver novas experiências e acabar sendo recebido com piadas sobre a sua língua nativa ou sobre a realidade econômica do seu lugar de origem.
Ou pior, ser um refugiado oriundo de um país em guerra, buscando segurança, conforto e paz, e não conseguir se estabelecer por conta da discriminação.
Segundo as pesquisas realizadas pela ACNUR em 2022, a Agência da ONU Para Refugiados, verifica-se uma curva crescente no deslocamento de pessoas pelo mundo:
- Em junho, os dados oficiais da agência apontaram a triste marca de 100 milhões de refugiados(1) forçados a abandonarem o seus países por conta de guerras, conflitos, perseguições e violações dos direitos humanos.
Essa intensidade na migração representa um consequente aumento das situações discriminatórias, como um reflexo negativo das próprias relações “truncadas” que têm permeado a política global.
A xenofobia atinge diretamente essas pessoas e pode causar danos capazes de prejudicar a integridade física e psicológica de quem é vítima.
Dados sobre a xenofobia no Brasil
Ainda que a xenofobia exista há muito tempo no Brasil e no mundo, cabe destacar os recentes dados alarmantes sobre este problema no nosso país:
- Segundo uma pesquisa conduzida neste ano pela ONG Safernet, os crimes de xenofobia, intolerância religiosa e misoginia (aversão ou incitação ao ódio a mulheres) lideraram um aumento de 39,3% no total de denúncias de discurso de ódio na internet.
- Especificamente em relação à xenofobia, a pesquisa verificou um aumento expressivo de 821% em comparação à quantidade de denúncias realizadas em 2021.
Considerando a intensa diversidade cultural presente no país, assim como as latentes desigualdades e disparidades sociais, é possível afirmar que a discussão sobre o combate à xenofobia é urgente!
Por isso é fundamental trazer essa discussão para os espaços em que ela precisa ser combatida.
Dentre esses lugares, o ambiente de trabalho ganha destaque!
Como ocorre no ambiente de trabalho?
A diversidade está presente em absolutamente todos os lugares onde se desenvolvem relações humanas. Sendo assim, no trabalho não é diferente.
Nas empresas, convivemos, todos os dias, com pessoas diferentes da gente: na aparência física, nas habilidades, no modo de pensar e agir, na origem, na etnia e no jeito de falar.
Desse modo, é extremamente importante conduzir as relações de trabalho com respeito máximo e mútuo.
Aquelas piadas insistentes, repetitivas (e “supostamente inofensivas”) com o sotaque de um colega imigrante ou com algum tipo de característica física marcante (como os olhos puxados de um colaborador oriental, por exemplo) não podem ser relativizadas.
Esses comportamentos, prejudicam não só a vítima, mas a organização como um todo, trazendo danos ao clima organizacional e tornando o ambiente de trabalho tóxico.
Um recente caso triste e grave que ilustra a ocorrência dessa irregularidade nas empresas é o episódio de xenofobia envolvendo um imigrante haitiano(2) em uma construtora de Minas Gerais.
Segundo o Portal da Justiça do Trabalho de MG, o trabalhador informou ter sofrido humilhação e ameaças, chegando até mesmo a ser violentado fisicamente por um colega de trabalho, simplesmente pelo fato de ter vindo do Haiti, um país fortemente marcado pela miséria e outros problemas de caráter político-social.
Mas afinal, a xenofobia é então um crime?
Sim! A Lei Nº 9.459, de 13 de maio de 1997(3), dispõe sobre as possíveis punições para quem se engajar em crimes de xenofobia, com penas que variam de um a cinco anos de reclusão e multas.
Vivi ou presenciei um ato de xenofobia no trabalho: o que eu devo fazer?
Viver ou presenciar a xenofobia no trabalho pode ser algo muito doloroso e tomar uma decisão para buscar o fim deste pesadelo é, muitas vezes, um caminho difícil, já que são diversos os receios:
- O medo de sofrer retaliações.
- O medo de ser exposto.
- O medo de que a denúncia não resulte na resolução do problema.
- O medo de perder o próprio emprego por conta do relato.
É aqui que o Canal de Denúncias ganha força como um grande e poderoso aliado do colaborador!
Nas empresas em que o Canal de Denúncias da Contato Seguro está presente, por exemplo, os relatos são recebidos por psicólogos-ouvidores, prontos para acalmar o manifestante, acolhendo-o e baixando o seu nervosismo, com o objetivo de captar a denúncia com o máximo de detalhamento, para facilitar o posterior processo de averiguação.
Outro aspecto importante, é a possibilidade de denunciar de forma 100% anônima, com total garantia da proteção da identidade do manifestante.
Independentemente da escolha ao fazer a denúncia, é imprescindível saber que a xenofobia é um fardo que não precisa ser carregado ou “deixado para trás”.
Não feche os olhos para esses possíveis episódios discriminatórios. Denuncie!
Para conhecer um pouco mais do Canal de Denúncias da Contato Seguro e descobrir como essa ferramenta pode ajudar no combate à xenofobia, fale com nossos especialistas.
Conclusão
Entendida como a aversão irracional ao que é estrangeiro, a xenofobia é um problema vigente no Brasil e no mundo, podendo estar presente em diversas camadas das relações cotidianas, inclusive no trabalho.
Aprender sobre o que é essa conduta irregular e assumir o compromisso de combatê-la é uma providência a ser tomada por todas as pessoas, dentro e fora do mundo corporativo.
Por isso, ao identificar a xenofobia nos meios em que faz parte, não seja conivente ou se engaje em comportamentos errados. Assim você ajuda a criar um mundo mais íntegro e inclusivo!
Perguntas frequentes sobre xenofobia no trabalho
Xenofobia é a aversão ou preconceito contra pessoas ou coisas estrangeiras, incluindo aquelas de outras regiões nacionais com diferentes características sociais e culturais.
A xenofobia cria um ambiente de trabalho tóxico, prejudicando o bem-estar e a integridade física e psicológica das vítimas, além de afetar negativamente a cultura organizacional.
Ela pode se manifestar através de piadas, comentários depreciativos, exclusão social, discriminação nas oportunidades de crescimento e até mesmo violência física contra colaboradores de diferentes origens.
Os impactos incluem danos ao clima organizacional, redução da produtividade, aumento da rotatividade de funcionários e prejuízos à reputação da empresa.
Sim, a Lei nº 9459 de 13 de maio de 1997 dispõe sobre as punições para crimes de xenofobia, com penas que variam de um a cinco anos de reclusão e multas.
É importante reportar o incidente através do Canal de Denúncia da empresa, garantindo a confidencialidade e segurança das informações. Buscar apoio de colegas e da equipe de recursos humanos também é fundamental.
O Canal de Denúncia permite que denúncias sejam feitas de forma anônima e segura, facilitando a identificação e investigação de comportamentos xenofóbicos e promovendo ações corretivas.
Promover a diversidade e inclusão é essencial para criar um ambiente de trabalho respeitoso, inovador e produtivo, onde todas as pessoas se sintam valorizadas e seguras.
Adotando atitudes de respeito e empatia, denunciando comportamentos discriminatórios, e participando de treinamentos e iniciativas que promovam a diversidade e inclusão.
Empresas que não tomam medidas para combater a xenofobia podem enfrentar ações legais, danos à reputação e perdas financeiras, além de prejudicar a moral e a produtividade dos funcionários.
A Lei Nº 9.459 classifica a xenofobia como crime, ressaltando a necessidade de mecanismos eficazes para combatê-la nas empresas. Canais de Denúncias, como os oferecidos pela Contato Seguro, proporcionam um meio seguro e anônimo para reportar incidentes xenofóbicos, promovendo um ambiente de trabalho mais inclusivo e respeitoso.
Fontes:
(1) https://tinyurl.com/5n8ut63x
(2) https://tinyurl.com/58fp3msm
(3) https://tinyurl.com/3zefrhx3