Gestão de Risco: o que é, benefícios e como fazer

Gestão de Risco
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Toda organização, seja pública ou privada, está exposta a riscos que podem afetar sua reputação, seus resultados e até sua continuidade. Os riscos podem surgir de diversas formas: falhas operacionais, decisões estratégicas mal planejadas, crises externas, problemas éticos ou questões legais.

Ignorar essas ameaças é um erro que pode custar caro!

A gestão de risco é uma forma estruturada de identificar, analisar e tratar essas incertezas antes que causem prejuízos.

Entenda a seguir o que é gestão de risco, quais os benefícios para as empresas, como colocá-la em prática e por que ela é uma aliada indispensável para organizações que buscam segurança, eficiência e sustentabilidade.

O que é gestão de risco?

A gestão de risco é o conjunto de ações planejadas para identificar, avaliar e controlar situações que podem gerar impactos negativos nos resultados e na reputação de uma organização. Ela envolve o uso estratégico de recursos humanos e ferramentas para prevenir danos e lidar com incertezas.

“Para que funcione de forma eficaz, a empresa precisa desenvolver uma cultura atenta aos sinais do ambiente interno e externo, com o apoio ativo da liderança e de toda a equipe”, diz Wagner Giovanini, especialista em compliance

Benefícios do gerenciamento de riscos para as empresas

Gerenciar riscos de forma estruturada e contínua traz ganhos reais para o negócio. Os principais benefícios da gestão de risco são percebidos quando:

  • ao reduzir perdas financeiras e operacionais, a empresa passa a agir com mais eficiência e confiança;
  • o gerenciamento contribui para a produtividade e a sustentabilidade a longo prazo do negócio;
  • a governança da organização é sustentada por ações transparentes e responsáveis;
  • a credibilidade da empresa se fortalece perante o mercado;
  • o clima organizacional melhora, uma vez que os ambientes com riscos controlados tendem a ser mais seguros, estáveis e acolhedores;
  • o bem-estar das pessoas que ali trabalham é uma prioridade coletiva.

Exemplos de gestão de riscos

A gestão de riscos pode ser aplicada a diferentes frentes dentro de uma organização, dependendo do setor, porte e natureza das atividades exercidas.

Com um olhar atento às vulnerabilidades mais comuns, é possível implementar ações preventivas e corretivas em áreas específicas que impactam diretamente o desempenho da empresa. A seguir, veja três exemplos práticos:

Gestão de riscos operacionais

Relaciona-se a falhas em processos internos, sistemas ou na atuação de pessoas. Por exemplo, a padronização de procedimentos e a automação de tarefas repetitivas ajudam a minimizar erros manuais e interrupções nas atividades essenciais do negócio

Gestão de riscos de segurança

Foca na prevenção de acidentes e na proteção das pessoas e do patrimônio. Empresas que realizam treinamentos frequentes, inspeções técnicas e ações para reduzir riscos de assédio ou violência no ambiente de trabalho estão colocando em prática essa modalidade.

Gestão de riscos de reputação

Visa preservar a imagem da empresa diante de clientes, investidores e sociedade. Monitoramento de mídias sociais, atuação transparente em situações de crise e o uso de Canais de Denúncia eficazes são estratégias que fortalecem a confiança e a credibilidade da marca.

Como fazer uma gestão de risco na sua empresa

A gestão de risco é uma prática estratégica que deve ser incorporada à rotina da empresa. Para que funcione na prática, é fundamental seguir um processo estruturado que envolva desde o mapeamento até o monitoramento dos riscos.

A seguir, estão as principais etapas para implementar um gerenciamento de riscos eficiente:

Estabeleça os objetivos da empresa relacionados à gestão de riscos

Revise o histórico da organização e liste as principais dificuldades enfrentadas nos últimos anos. Uma boa análise ajudará a alinhar os riscos aos objetivos estratégicos do negócio.

Identifique os riscos

Mapeie os riscos considerando cinco elementos: ameaça ou evento, probabilidade de ocorrência, impacto no negócio, tempo de resposta necessário, contexto interno/externo e nível de controle atual.

Avalie os riscos

Analise o potencial de dano de cada risco e entenda quais podem comprometer os resultados da empresa. Use critérios como frequência e gravidade para guiar essa avaliação.

Classifique os riscos por urgência e impacto

Organize os riscos identificados em uma matriz de criticidade para priorizar as ações de tratamento conforme a urgência e o grau de impacto.

Desenvolva um plano de gestão de risco

Defina estratégias para mitigar, transferir, aceitar ou eliminar os riscos mapeados. Não esqueça: o plano de gestão de risco deve conter responsabilidades, prazos e recursos necessários.

Implemente e comunique o plano de gestão de risco

Aplique as medidas definidas no plano e acompanhe a eficácia das ações. Em alguns casos, será necessário ajustar abordagens ou reforçar controles.

Além disso, compartilhe o plano com todos os envolvidos, garanta treinamentos adequados e estabeleça canais abertos para dúvidas e sugestões.

Monitore os riscos e o plano de gestão

O monitoramento constante permite identificar novos riscos e adaptar o plano conforme mudanças internas ou externas. A gestão de riscos é dinâmica e deve evoluir com a empresa.

Quando o gerenciamento de riscos deve ser aplicado?

Quanto mais cedo for implementado o gerenciamento de riscos, maiores são as chances de criar uma cultura organizacional mais consciente, ágil e preparada para enfrentar incertezas.

Além disso, a gestão de riscos deve ser contínua e adaptável, acompanhando as mudanças do mercado, do ambiente interno e das exigências legais.

Ferramentas que ajudar a gerenciar riscos em empresas

No contexto da gestão de risco, contar com ferramentas específicas facilita a identificação de ameaças e a tomada de decisões estratégicas. Veja três recursos amplamente utilizados no gerenciamento de riscos corporativos:

Matriz GUT

A Matriz GUT apoia a tomada de decisões ao indicar quais riscos devem ser tratados primeiro, tornando a gestão de risco mais objetiva. Ela considera três critérios fundamentais:

  • Gravidade (impacto do risco);
  • Urgência (necessidade de ação imediata); e
  • Tendência (possibilidade de agravamento com o tempo).

Cada item é pontuado de 1 a 5 e, ao multiplicar os valores, define-se uma ordem de prioridade. A ferramenta é eficaz para organizar o plano de ação, especialmente quando aplicada junto ao Ciclo PDCA, Matriz SWOT ou Diagrama de Pareto.

PFMEA (Process Failure Mode and Effect Analysis)

O PFMEA é uma ferramenta voltada à identificação de falhas em processos e à avaliação de seus efeitos. Ele trabalha com três indicadores principais:

  • Severidade: o impacto do problema caso ele ocorra;
  • Ocorrência: a probabilidade de acontecer; e
  • Detecção: a chance de identificar a falha antes que ela cause danos.

A pontuação desses itens gera o RPN (Risk Priority Number), um número que orienta a urgência na resolução do problema. Quanto maior o RPN, maior a prioridade.

Análise Preliminar de Riscos (APR)

A APR é uma ferramenta que antecipa riscos antes da execução de projetos ou tarefas operacionais. Ela segue um roteiro simples: identificar os perigos, entender suas causas, mapear os envolvidos, prever os efeitos e definir ações de controle.

É especialmente útil em áreas como construção civil, manutenção industrial e atividades com alto potencial de acidente.

A APR torna a gestão de risco mais integrada ao dia a dia da operação, promovendo uma cultura de prevenção contínua.

Onde o Canal de Denúncias se encaixa no gerenciamento de riscos?

O Canal de Denúncias fortalece o cumprimento das normas internas e externas, alimentando o sistema de gerenciamento de riscos com informações reais sobre o ambiente de trabalho.

Ele permite que colaboradores, fornecedores e outros públicos relatem comportamentos antiéticos, violações de normas internas, casos de assédio, discriminação e outros riscos psicossociais que possam afetar tanto a saúde emocional dos trabalhadores quanto a reputação da empresa.

Os relatos ajudam a identificar falhas nos processos e a agir preventivamente, antes que pequenos incidentes se transformem em grandes problemas.

Além disso, sem essa escuta ativa e segura, é mais difícil sustentar um programa de compliance eficaz, já que muitos riscos deixam de ser detectados ou tratados de forma adequada.

Por isso, o Canal de Denúncias precisa ser acessível, sigiloso e gerido com responsabilidade, funcionando como uma ponte entre a cultura ética da empresa e o seu compromisso com a integridade.

Conclusão

A gestão de risco é uma prática indispensável para empresas que desejam crescer de forma segura, ética e sustentável.

Ao identificar e tratar ameaças que podem comprometer pessoas, processos e resultados, o gerenciamento de riscos contribui diretamente para a continuidade dos negócios, o bem-estar da equipe e a reputação da organização.

Além das ferramentas e métodos técnicos, as lideranças das empresas devem investir em mecanismos que escutem e acolham as pessoas, como o Canal de Denúncias, permitindo detectar riscos psicossociais e agir com agilidade e responsabilidade.

Uma cultura organizacional atenta e comprometida com o cuidado é o que transforma riscos em oportunidades de melhoria. 

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