Por Wagner Giovanini
O assédio moral degrada o ser humano. A vítima tem sua dignidade destruída, sua autoestima diminuída e sua confiança abalada. Ela perde a autonomia e fica vulnerável de contrair doenças físicas, psíquicas, depressão e até chegar ao suicídio.
O ambiente de trabalho torna-se desagradável, nocivo, hostil, pois os colegas são envolvidos num sentimento de angústia, tristeza, amargura, desgosto. Os reflexos no desempenho dos profissionais, na satisfação pessoal, na produtividade, no absenteísmo, na rotatividade, entre outros, são logo sentidos.
Os prejuízos são imensos e afetam todos. Daí, a obrigação inegociável de se combater de imediato esse mal.
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Como o assédio moral se manifesta
O assédio moral é um ato covarde, mesquinho, deliberado, repetido e, podemos até dizer, cruel. Ele expõe o assediado a situações constrangedoras, impondo a ele um sofrimento injusto.
O assédio pode ocorrer nas mais variadas formas, tais como:
- Agressões verbais, xingamentos, uso de apelidos jocosos, brincadeiras de mau gosto e ofensivas, comentários sobre aparência física.
- Cobrança de metas inatingíveis, atribuição de tarefas incompatíveis com o perfil do funcionário, imposição de carga excessiva de trabalho, ausência de instruções corretas para o desempenho da função.
- Disseminação proposital de boatos ou “fake news” contra alguém.
- Punições ou advertências sem fundamento, acusação de erros inexistentes, reclamação descabida de baixo desempenho, ameaça ou coação do funcionário a pedir demissão ou mudar de setor.
No entanto, nem tudo é assédio. O superior tem a obrigação de zelar pelo departamento e assegurar a harmonia e bom desempenho da sua equipe. Portanto, cobrar qualidade, presteza, assiduidade, atendimento dos compromissos acordados, etc., não se configuram assédio, desde que sempre haja respeito, sem discriminação.
Quem é o assediador
No ambiente corporativo, qualquer pessoa é passível de ser um assediador ou uma vítima. É comum a atitude indesejável partir do superior hierárquico e, nesse caso, ele pode ser classificado como Assédio Moral Vertical Descendente.
Mas, o assédio também ocorre com frequência no próprio ambiente de trabalho, quando um ou mais colegas escolhem um “alvo” para agredir. Aqui, tem-se o Assédio Moral Horizontal.
Menos habitual, porém possível de ocorrer, é o Assédio Moral Vertical Ascendente, quando o funcionário é o assediador e o chefe a vítima. Além dos exemplos já ilustrados, há circunstâncias onde o funcionário chantageia o superior, utilizando informações pessoais, profissionais ou até sigilosas da empresa.
Por fim, há mais um tipo: o Assédio Moral Organizacional. Nesse cenário, é a própria instituição considerada assediadora, impondo aos funcionários uma cultura do medo, de competição excessiva, ausência de princípios éticos, ambiente insalubre, enfim, um clima organizacional inadequado para o trabalho.
Conclusão
O assédio moral não conhece fronteiras hierárquicas, podendo ocorrer em qualquer nível da estrutura organizacional. É essencial reconhecer e combater todas as formas de assédio, independentemente de quem seja o assediador. Ignorar ou minimizar essa questão apenas perpetua uma cultura de abuso e danos emocionais no local de trabalho.
Para enfrentar esse problema, é necessário promover a conscientização, implementar políticas de prevenção e estabelecer um ambiente de trabalho saudável e respeitoso. É responsabilidade de todos os membros da organização, desde os líderes até os colaboradores, criar uma cultura que repudie o assédio moral e ofereça suporte às vítimas.
Sobre o Sócio-diretor da Contato Seguro, Wagner Giovanini
Wagner Giovanini é engenheiro eletricista formado pela Escola Politécnica da USP, com pós-graduação em Gestão Ambiental. Atuou por 29 anos na Siemens e há nove anos se dedica ao Compliance Total como sócio-diretor. Especialista em Compliance é autor de livros como: “Compliance – a excelência na prática”, e “Compliance, Gestão de Riscos e Combate à Corrupção”. Desenvolveu a Compliance Station, plataforma inovadora para a implementação e execução de sistemas de integridade em pequenas e médias empresas.
O assédio moral no ambiente de trabalho pode se manifestar de diversas maneiras, incluindo agressões verbais, xingamentos, uso de apelidos ofensivos, cobrança de metas inatingíveis, atribuição de tarefas incompatíveis, disseminação de boatos, punições ou advertências injustas e ameaças de demissão ou transferência sem fundamentos.
Sim, nem toda conduta do superior é considerada assédio moral. Cobrar qualidade, presteza, assiduidade e o cumprimento dos compromissos acordados não configura assédio, desde que seja feito com respeito e sem discriminação. A diferenciação está no modo como a cobrança é feita e se há ou não respeito e justiça na interação.
No ambiente corporativo, qualquer pessoa pode ser um assediador ou uma vítima. O assédio pode partir do superior hierárquico (Assédio Moral Vertical Descendente), dos colegas (Assédio Moral Horizontal), e até mesmo de um funcionário em relação ao chefe (Assédio Moral Vertical Ascendente). Em alguns casos, a própria organização pode ser considerada assediadora, criando um ambiente de trabalho insalubre e competitivo (Assédio Moral Organizacional).
O Canal de Denúncias é uma ferramenta importante para combater o assédio moral em ambientes corporativos. Ele permite que colaboradores relatem de maneira segura e confidencial qualquer forma de assédio ou conduta antiética que presenciem ou vivenciem.
Operando 24 horas por dia, o canal garante o anonimato dos denunciantes, protegendo-os de possíveis represálias. Isso encoraja mais pessoas a virem à frente com suas experiências, ajudando a empresa a identificar e investigar casos de assédio moral e tomar as medidas apropriadas para solucioná-los.
Dessa forma, o Canal de Denúncias contribui significativamente para a criação de um ambiente de trabalho mais ético e seguro.