Falta de preparo emocional para escuta ativa: por que líderes e RH não podem improvisar acolhimento?

Falta de preparo emocional para escuta ativa.
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A escuta é o principal instrumento do profissional de saúde mental, seja ele o psicólogo, o médico, enfermeiro, e todos os outros que se especializaram para acolher e cuidar do sofrimento mental.

Um acolhimento em saúde mental é um procedimento especializado, que demanda técnica, preparo e experiência para ser realizado com sucesso.

Hoje, com as crescentes demandas de escuta em saúde mental nas organizações, trabalhadores do setor de RH, Gente & Gestão e lideranças são convocados a atender a essas demandas, pois possuem afinidade com a área humana dentro da organização.

Entretanto, a proximidade ao campo não significa especialidade ou técnica para a escuta, e portanto não é recomendado que líderes e RH assumam essa responsabilidade.

Neste artigo, vamos discutir como essas demandas têm aumentado, chegando a esses setores e aos líderes, os riscos de centralizar a responsabilidade da escuta a esses profissionais, e como sua empresa pode um apoio de saúde mental de qualidade de seus colaboradores.

Líderes e RH devem realizar escuta técnica?

Líderes, RH e Gente & Gestão não devem realizar escuta psicológica técnica; afinal, esta atividade não está no escopo de sua atuação.

Mais que isso, a escuta psicológica para colaboradores em sofrimento ou em crise deve ser feita por profissional habilitado tecnicamente, e preparado emocionalmente para tal.

Se esses profissionais improvisam um acolhimento de saúde mental no espaço de trabalho, isso criará uma situação perigosa tanto para o profissional que busca escutar, quanto para o colaborador que precisa de ajuda.

A escuta clínica é uma formação especializada, da qual diversos profissionais da saúde e da educação podem se habilitar e fazer uso.

Simplesmente sentar e buscar compreender a pessoa que busca ajuda, sem teoria, sem técnica e sem preparo emocional, pode fazer mais mal do que bem.

Afinal, podem aparecer situações muito delicadas e que exigem alto nível de treinamento em protocolos de abordagem, dentre outras técnicas, para acolher o colaborador. 

O profissional sem preparo pode, sim, com a intervenção incorreta, inserir a pessoa em sofrimento numa espiral de piora.

Por sua vez, o profissional que ouve sem preparação emocional e técnica irá sentir altíssimos níveis de estresse, por estar tomando para si uma responsabilidade muito além de suas competências.

E mais: uma intervenção ou escuta atrapalhada por gerar danos emocionais, com culpa, forte identificação com o problema escutado, reviver gatilhos pessoais, além dos possíveis conflitos.

Escuta ativa nas empresas.

Quais são os riscos de centralizar a escuta em líderes e RH?

São 3 os principais riscos da centralização do trabalho da escuta em líderes e RH:


1. Risco emocional para o colaborador: desde a minimização de seu sofrimento, até um conselho ou intervenção inadequados, pode gerar aprofundamento de gatilhos, desestabilização emocional, e uma crise mais grave.

2. Risco emocional para o líder/RH/Gente & Gestão
: sensação de impotência, culpa, ansiedade, esgotamento emocional e risco de burnout.

3. Risco jurídico para a empresa: responsabilização por intervenções inadequadas; responsabilização por eventual quebra de sigilo, por agravamento de quadros psicopatológicos, denúncias trabalhistas.

É preciso definir políticas internas e procedimentos adequados para a escuta

Se a sua empresa identificou a necessidade de fornecer espaços de escuta para os colaboradores, é preciso definir políticas internas e procedimentos adequados para a escuta qualificada.

Como já indicamos, há um risco sério de sobrecarregar o RH e Gente & Gestão com funções terapêuticas que não fazem parte da sua formação, e que podem gerar impactos negativos graves nos indivíduos, e consequentemente na organização.

Sem uma política clara, cada líder acaba desenvolvendo uma forma individual de intervir e, além de gerar variabilidade nas ações de resposta da empresa, pode “permitir” que um ou outro transpasse seus limites de atuação e acabe intervindo mal.

Para estabelecer políticas internas e procedimentos, a empresa precisa se perguntar:

Quem é responsável por acolher situações de sofrimento emocional?

O RH/Gente & Gestão e Liderança podem até participar do primeiro contato ou primeiro pedido de ajuda, mas, identificada uma situação que vai para além do escopo profissional, será preciso sempre encaminhar o colaborador em sofrimento para um atendimento especializado..

Quais limites esse acolhimento deve ter?

Estabelecer um limite de atuação (ex: não aconselhar, não se aprofundar no problema), e saber comunicar à pessoa que pede ajuda até onde ele realizará o primeiro contato ou conversa.

O primeiro contato deve servir somente para uma “triagem”, ou seja, para definir se o caso precisa ser encaminhado ao Canal de Acolhimento ou outro serviço disponível.

Como proceder em casos de risco (autoagressão, violência, abuso, crises graves)?

Aqui a empresa pode contratar treinamentos, e estabelecer um fluxo de ação para crises e casos de alto risco, contando, inclusive, com a rede pública de saúde.

Quando e como encaminhar o colaborador para atendimento especializado?

Delimitar as situações que demandam encaminhamento especializado e decidir como isso será feito: se para um profissional credenciado, ou para um Canal de Acolhimento, caso a empresa o tenha.

Qual é o papel da liderança nessas situações?

Definir e comunicar amplamente o papel da liderança nessas situações, que pode incluir: tomar a iniciativa para chamar um serviço especializado, acompanhar o colaborador, garantir a discrição e o sigilo da situação, e trabalhar também esses aspectos com a equipe.

Responder a essas perguntas é um primeiro passo para estruturar as políticas e procedimentos para lidar com questões de saúde mental na sua organização.

É importante lembrar que já existem hoje ferramentas que facilitam esse atendimento, previnem crises e servem positivamente à cultura organizacional, como o Canal de Acolhimento da Contato Seguro.

O Canal de Acolhimento como suporte profissional

Agora, imagine que, tendo desenhado suas políticas internas e procedimentos, sua empresa também tem à disposição dos colaboradores uma ferramenta específica para o acolhimento e a escuta profissional.

O Canal de Acolhimento da Contato Seguro é um canal telefônico, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias no ano, com atendimento conduzido 100% por equipe de psicólogos-ouvidores treinados para lidar com situações de sofrimento no ambiente de trabalho.

Todos os colaboradores podem acessar com a certeza de receber um atendimento qualificado, com garantia de sigilo e confidencialidade.

As escutas são pautadas nas diretrizes técnicas e éticas da prática profissional da psicologia, e respeita as limitações do suporte remoto, estando equipado também para possíveis encaminhamentos, dentre outras intervenções.

O canal não fornece psicoterapia, mas oferece o suporte adequado e pontual para essas situações, e que se mostra muito efetivo para essa escuta especializada no ambiente organizacional.

Mais do que isso, o Canal de Acolhimento auxilia na identificação de padrões de dores e sofrimento mais agudos, para que, com calma e estudo, a empresa possa se programar e estrategizar intervenções coletivas e mais estruturadas.

O Canal de Acolhimento protege o seu colaborador ao oferecer um espaço de escuta qualificada, protege o seu gestor de RH, ou de Gente & Gestão, e os seus líderes de tomarem uma responsabilidade muito grande, que gera muitos riscos.

Clique aqui e entenda como implementar o seu Canal de Acolhimento hoje mesmo!

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