Você já parou para pensar que a implementação da NR-1 está intimamente ligada à estratégia de construir uma cultura de prevenção e cuidado com a saúde física e mental dos colaboradores?
Se a sua empresa ainda encara a primeira norma como pura burocracia, há grandes chances de estar cometendo erros comuns de conformidade que aumentam riscos, geram custos e dificultam o crescimento da organização.
Veja a seguir as principais falhas na implementação da NR-1 e conheça as soluções disponíveis para a sua empresa evitar esses erros, com destaque para o papel do Canal de Acolhimento na identificação de riscos e apoio aos trabalhadores.
Boa leitura!
Não separar GRO e PGR corretamente
Um erro comum na implementação da NR-1 é acreditar que basta ter um único arquivo para estar em conformidade com a norma regulamentadora. Vamos entender essa questão juntos!
O GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) é o sistema de gestão que organiza a identificação, análise e controle dos riscos no ambiente de trabalho.
O PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) é o documento que formaliza esse sistema, detalhando inventário de riscos, planos de ação e responsabilidades.
Para evitar o erro de confundí-los com um único elemento, a empresa deve encarar o GRO como um processo contínuo, enquanto o PGR registra formalmente todas as medidas e decisões.
A responsabilidade recai sobre a liderança e os profissionais de SST, que devem garantir que o PGR esteja atualizado, refletindo o GRO real, e disponível para auditorias, fiscalização e solicitação dos colaboradores.
Ignorar riscos psicossociais e saúde mental
Apesar da obrigatoriedade incluída na NR-1 em 2024 pela Portaria MTE Nº 1419, empresas de pequeno a grande porte ainda não tratam os riscos psicossociais com a devida atenção.
Segundo a iniciativa Smartlab, foram concedidos 9,8 mil auxílios-doença por acidente de trabalho relacionado à saúde mental dos trabalhadores em 2024.
Fatores como assédio, sobrecarga, metas abusivas e más relações de trabalho impactam diretamente na saúde mental dos colaboradores e na produtividade, mas continuam sendo negligenciados em alguns PGRs.
A solução envolve mapear ativamente esses riscos e incluí-los no GRO e PGR. O Canal de Acolhimento é uma ferramenta que facilita esse processo, oferecendo um espaço seguro para que os trabalhadores relatem problemas emocionais ou conflitos no ambiente de trabalho.
“A liderança deve atuar de forma proativa, revisando periodicamente o plano, monitorando os indicadores do Canal de Acolhimento e promovendo treinamentos sobre saúde mental e prevenção de riscos psicossociais”, recomenda Cris Hohenberger, Chief Marketing Officer da Contato Seguro.
Não registrar treinamentos e capacitações
Outro erro frequente é realizar treinamentos e capacitações, mas não documentá-los. Sem registros formais, a empresa não consegue comprovar conformidade durante inspeções ou auditorias, o que pode resultar em multas severas ou autuações do MTE.
Para corrigir, todos os treinamentos devem gerar registros detalhados, contendo data, participantes, conteúdo e assinatura do responsável.
A liderança e as equipes de Gente e Gestão e SST devem assegurar que esses registros estejam armazenados de forma segura, física ou digital, e sejam revisados periodicamente para refletir atualizações legais ou mudanças nos processos da empresa.
Subestimar a importância da liderança
Liderança não é fiscal de procedimentos. O seu papel é maior: líderes são agentes da cultura de prevenção.
A falta de uma perspectiva mais ampla sobre a atuação de um gestor limita a eficácia do GRO e PGR, prejudicando a adoção de boas práticas e a promoção de ambientes seguros.
A solução é capacitar encarregados, coordenadores, gerentes, diretores e demais cargos de liderança em técnicas de segurança e, principalmente, em acolhimento e escuta ativa.
Eles devem dar exemplo, incentivar a comunicação de riscos e agir rapidamente em situações de descumprimento.
Falhas na documentação mínima
Falhas na documentação, como PGR desatualizado, inventário de riscos incompleto ou ausência de registros digitais válidos, são comuns e comprometem a conformidade com a NR-1 atualizada.
Pequenas empresas, mesmo dispensadas de PGR [link para pauta Pequenas empresas] completo, também precisam manter registros simplificados, garantindo rastreabilidade e integridade das informações.
Para evitar problemas, é necessário revisar periodicamente toda a documentação, garantindo que o inventário de riscos e o plano de ação estejam atualizados.
Profissionais de SST, ou consultores especializados, devem apoiar a empresa nesse processo, adaptando registros à realidade de cada negócio.
Desconsiderar feedback dos colaboradores
Ignorar relatos de colaboradores sobre riscos ocupacionais é um erro que impede ações preventivas e aumenta a probabilidade de acidentes e adoecimento no ambiente de trabalho.
O alerta se torna mais grave para os setores de indústria, obras de infraestrutura, atendimento hospitalar e comércio, os mais propensos a registrar acidentes de trabalho, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego.
A ausência de mecanismos de coleta de informações limita a visão da empresa sobre problemas reais no ambiente de trabalho. Logo, a solução é criar canais confiáveis de comunicação, como o Canal de Acolhimento terceirizado.
Dessa maneira, os trabalhadores podem reportar riscos ou conflitos de forma segura, confidencial e imparcial. As informações coletadas devem ser analisadas pela liderança e integradas ao GRO e PGR, permitindo ajustes contínuos nas práticas de prevenção e saúde no trabalho.
Plano de ação inexistente ou genérico
Por último, não poderíamos deixar de falar sobre um erro frequente na implementação da NR-1, o de manter um PGR sem plano de ação concreto.
Sem etapas claras, metas e responsáveis definidos, o programa deixa de ser um instrumento de prevenção e se torna apenas um documento formal, sem validade prática.
Para corrigir, recomenda-se adotar um ciclo de 90 dias, conforme orienta Cris Hohenberger.
“Nos primeiros 30 dias, realiza-se o diagnóstico dos riscos e levantamento das prioridades. Entre 31 e 60 dias, são realizados treinamentos, ajustes imediatos e implementação de medidas preventivas. Nos últimos 30 dias, ou seja, de 61 a 90 dias, deve-se executar auditoria interna, revisar o PGR e consolidar lições aprendidas para assegurar a eficácia do programa”, explica a profissional.
Canal de acolhimento: chave para prevenção contínua
Falhas como não diferenciar o GRO do PGR, ignorar riscos psicossociais ou deixar treinamentos sem registro são frequentes nas organizações, mas podem ser evitadas com práticas corretas e acompanhamento contínuo.
O Canal de Acolhimento é a melhor forma de transformar a NR-1 em prática viva, oferecendo um espaço seguro para que os trabalhadores sejam acolhidos e líderes atuem como verdadeiros agentes de mudança.
Ao integrar relatos, métricas e indicadores ao PGR, a empresa fortalece sua cultura preventiva, promove saúde física e mental e reduz a exposição a multas e passivos.
Quer saber mais sobre o Canal de Acolhimento da Contato Seguro? Entre em contato com nossos especialistas pelo formulário ao lado!
FAQ sobre erros e boas práticas:
Quais erros mais comuns em auditorias?
Os principais erros incluem GRO e PGR não separados, documentação incompleta, treinamentos não registrados e ausência de ações para riscos psicossociais.
Pequenas empresas também podem ser multadas?
Sim, MEIs, MEs e EPPs estão sujeitas a advertências e multas se não cumprirem as obrigações da NR-1.
Como comprovar ações de saúde mental?
Por meio de registros de treinamentos, registros de acompanhamento do Canal de Acolhimento e documentação de medidas preventivas relacionadas a riscos psicossociais.
O canal de acolhimento é obrigatório pela NR-1?
O texto da NR-1 não menciona o Canal de Acolhimento, mas é uma prática recomendada pelo mercado por ser estratégica nas ações de prevenção e suporte emocional aos colaboradores.