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Como saber se você está sendo discriminado no ambiente de trabalho

como saber se você está sendo discriminado no ambiente de trabalho
Tempo de Leitura: 5 Minutos

A discriminação no trabalho ainda é um problema presente no universo corporativo. 

Nem todos os gestores e líderes têm uma preocupação com a temática e o clima organizacional acaba sendo afetado pelo preconceito e pela discriminação.

Discriminar é a ação de separar, diferenciar alguém de forma desfavorável. É uma atitude fundamentada em preconceitos e estereótipos e falta de consciência sobre as diversas realidades humanas.

Pode tomar a forma de discriminação racial, por idade, de gênero, religiosa, de orientação sexual, entre outras.

Vítimas de discriminação têm grandes chances de desenvolver transtornos mentais e de perder seu potencial de produtividade

As organizações que permitem a proliferação da discriminação no local de trabalho encontrarão como resultado um clima organizacional tóxico e o risco de perderem talentos, além das sanções correspondentes ao crime. 

Considerando a importância dessa matéria para as organizações e também para possíveis vítimas, neste artigo demonstraremos alguns sinais passíveis de indicar a existência de discriminação no local de trabalho.

Ao final, medidas serão relacionadas, caso você esteja sofrendo discriminação no ambiente de trabalho.

Práticas discriminatórias dentro das empresas

A discriminação tem várias expressões. A segregação, a alienação e a violação de direitos podem se dar de maneiras sutis. Por isso, parte daí a necessidade de se entender como ocorre a discriminação.

02 Meses de Isenção

Vamos começar indicando quais práticas podem ser efetivamente discriminatórias no ambiente de trabalho:

  1. Uso de linguagem discriminatória: uso de linguagem pejorativa e degradante para se referir a diferentes tipos e grupos de pessoas, partindo principalmente de gestores, supervisores e líderes. Isso pode significar uma tolerância inadequada à discriminação no local de trabalho.
  2. Assédio moral: piadas ofensivas, comentários desagradáveis, tratamento diferenciado (negativamente) e hostilidade. Quando repetidos, caracterizam-se como assédio moral e podem ter cunho preconceituoso ou discriminatório — principalmente quando a vítima é a única pessoa com característica-alvo de discriminação. Assim, enquadram-se aqui os casos de bullying.
  3. Pagamento desigual: se você ocupa o mesmo cargo ou tem função de igual valor a de pessoa mas recebe pagamento inferior, você pode estar sendo vítima de discriminação no ambiente de trabalho.
  4. Disciplina seletiva: problema associado ao assédio moral. Se você percebe que as cobranças, reprimendas e solicitações se dão de maneira excessiva para você, em comparação com a disciplina imposta aos colegas, você também pode estar sendo vítima de discriminação.
  5. Falta de acessibilidade: A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência é de 2015, que garante os direitos de acessibilidade para pessoas com deficiência. Há muito as organizações já deveriam ter tomado providências para garanti-los. Se ela não considera a presença de pessoas com deficiência e, portanto, não adapta o ambiente para acolhê-las, essa também é uma forma de discriminar.

O que não deve ser considerado discriminação

Definir se algo é ou não discriminação pode ser desafiador, pois a prática se dá frequentemente de maneira velada. Algumas atitudes, entretanto, não devem ser tomadas como discriminação, porque fazem parte das exigências internas ao ambiente organizacional, como por exemplo:

  1. Cobranças, solicitações e exigências cotidianas: o trabalho numa empresa envolve objetivos e prazos. É papel do líder e do gestor cobrar de forma respeitosa que as tarefas sejam entregues, solicitar melhorias e, quando necessário, pedir um esforço a mais numa atividade (seja por meio de hora-extra, retrabalho, etc.). Essas atitudes só se tornam sinais de alerta quando ocorrem repetidamente ou quando têm apenas um alvo específico, manifestando o ímpeto de diferenciação e alienação do agressor em relação à vítima.
  2. Uso de linguagem inadequada por ignorância: nem todos tiveram a educação e a conscientização necessárias para entender as questões de discriminação. Uma pessoa que, pontualmente, utiliza um termo já ultrapassado ou possui um vício de linguagem não-ideal, sem que haja conotação pejorativa ou degradante, deve ser orientada pelos líderes ou colegas quanto à questão. Isso deve ser considerado principalmente quando a organização não toma medidas de educação e conscientização, deixando soltas as regras quanto ao tratamento ético entre colaboradores.

Estou sofrendo discriminação no trabalho: o que fazer?

Se você chegou à conclusão de que está sofrendo discriminação no local de trabalho, é preciso agir o quanto antes.

  • Chame a atenção do agressor: demonstre que você percebeu a atitude discriminatória do agressor, chame sua atenção e, se puder, por e-mail, a fim de manter documentada a sua queixa. Há a possibilidade da discriminação parar de ocorrer. Em casos como bullying e discriminação em geral, o agressor escolhe vítimas que não costumam se defender.
  • Procure o RH ou uma liderança confiável: caso você não esteja confortável em confrontar o seu agressor, procure alguém que possa tomar providências em relação à questão. Nunca deixe de solicitar ajuda.
  • Utilize o Canal de Denúncias da sua empresa: desde 2022, todas as empresas com CIPA devem ter disponível um Canal de Denúncias para relatos de irregularidades e más condutas (isso está na Lei 14.457/22). Relate a ocorrência de discriminação e, de preferência, utilize documentos, testemunhas e detalhes que ajudem na investigação. O Canal de Denúncias é uma ferramenta muito eficiente no combate a todo tipo de assédio, má conduta e discriminação. A pessoa que relata pode escolher o anonimato e sua segurança fica garantida, evitando o risco de retaliação pela denúncia.


Conclusão

Reconhecer que se está sofrendo discriminação no ambiente de trabalho pode ser objetivamente difícil e emocionalmente desgastante.

A discriminação gera impactos negativos na saúde física e mental da vítima, torna o clima organizacional desagradável e gera efeitos nocivos para as empresas.

Então, alguns sinais são próprios da prática de discriminação, como: uso insistente de linguagem inadequada, pagamento desigual, assédio, disciplina seletiva e falta de acessibilidade. 

Outras situações, por outro lado, não devem ser consideradas discriminatórias, quando ocorrem esporadicamente, sem tom depreciativo e pejorativo. Além das atitudes inerentes às responsabilidades da chefia, como cobrança respeitosa de prazos, metas e qualidade. 

A pessoa vítima de discriminação deve procurar chamar a atenção do agressor, pedir auxílio à liderança e aos Recursos Humanos e/ou utilizar o Canal de Denúncias da empresa, para que atitudes sejam tomadas e a impunidade evitada, por exemplo.

Por fim, tomar atitudes contra a discriminação é trabalhar para uma sociedade mais igualitária e defender os direitos humanos.

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