A discriminação é o ato de segregar, tratar injustamente ou diminuir uma pessoa ou grupo pelo fato de pertencer a certa etnia ou raça, crenças religiosas, orientação sexual, idade, gênero, dentre outras características.
Tudo começa quando, internamente, alguém sustenta crenças pré-concebidas e generalizantes que depreciam qualquer pessoa que pertença a um grupo com tais características — ou seja, tudo começa com o preconceito.
Assim, uma vítima de discriminação será tratada como alguém com menor valor e será rotulada com características desfavoráveis. Vindo assim a receber tratamento diferente, sofrendo violação de direitos, perseguição, agressões, tendo seus méritos desprezados e experimentando, em diferentes graus, isolamento e alienação social.
Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (Art. 5º caput). A discriminação, além de ser imoral, é um crime penalizado por lei com multa e reclusão.
No ambiente de trabalho, a discriminação pode aparecer e tomar proporções que ferem os direitos humanos. Também abalam o clima organizacional e impedem que pessoas competentes alcancem mais resultados.
Pensando nisso, viemos trazer para você algumas sugestões e recomendações sobre como o departamento de Recursos Humanos pode agir em relação à discriminação e ao preconceito em sua empresa.
Boa leitura!
Preconceito e Discriminação: efeitos e consequências
Vítimas de preconceito e discriminação no local de trabalho enfrentam, além dos obstáculos que esse comportamento engendra, efeitos negativos significativos na saúde física, mental e na performance no trabalho.
A consequência mais imediata de sofrer discriminação é a perda da motivação(1). Muitos colaboradores vítimas desse mal sentem não ter oportunidades para mostrar seu potencial, experienciam falta de respeito e consideração por suas opiniões, sentindo-se diminuídos e desvalorizados.
Experienciar preconceito e discriminação no local de trabalho(2) pode levar a vítima a desenvolver problemas mentais, como ansiedade e depressão. Além dos sintomas físicos que costumam acompanhar o transtorno mental.
Com todas essas dificuldades, o colaborador terá grandes chances de sofrer uma redução significativa na produtividade, além do presenteísmo e absenteísmo, licenças médicas. Assim, a empresa corre o risco de perder um talento e uma poderosa força de trabalho.
Dada a gravidade do problema, a organização deve estar atenta às suas possibilidades de ação para abordá-lo. Os Recursos Humanos representam grande parte dessa estratégia e já vamos entender como.
O Papel do RH nas organizações
O RH, por muito tempo(3), foi visto como um setor de natureza burocrática e processual, ocupando-se com questões legais e de departamento pessoal.
Atualmente, com o entendimento sobre a importância das pessoas para a produtividade e o crescimento de uma organização, os Recursos Humanos envolvem um leque muito mais abrangente de ações e estratégias.
No nível das atividades mais essenciais, o RH é responsável pelos processos de atração, seleção, retenção e treinamento dos colaboradores.
E, embora isso produza grande parte dos sucessos referentes às realizações no nível humano, o RH ainda tem engajamento com toda a parte de gestão de pessoas. Com atenção humanizada ao indivíduo em todas as suas capacidades, potencialidades, necessidades e objetivos.
Desta forma, o RH trabalha com ferramentas e estratégias que envolvam os colaboradores numa verdadeira rede de ações, projetos e metas, abrangendo e unindo pessoa e empresa numa só trajetória.
Sendo assim, qual é o papel do RH nesse problema que transpassa o colaborador e o trabalho, com efeitos negativos para ambos?
O Papel do RH em relação ao preconceito e à discriminação
Por ser o centro da gestão humana na organização, há muito que o RH pode fazer para abordar o problema da discriminação e preconceito no local de trabalho.
Algumas sugestões são:
- Revisão do Código de Conduta e Políticas de Integridade: se for preciso, atualizar e reestruturar esses documentos da organização. Garantir que eles sejam precisos e enfáticos quanto ao cultivo do respeito e boa convivência com as diferenças. Reafirmar, além disso, que algumas condutas podem incorrer em crimes e ser passíveis de punições na forma da lei. Também salientar a importância de relatar condutas discriminatórias no Canal de Denúncias.
- Implementação e comunicação do Canal de Denúncias: implementar um Canal de Denúncias já é obrigação legal para empresas que possuem CIPA. Apostar na comunicação que acompanha sua implementação. Colaboradores e outros atores que se relacionam com a empresa devem estar cientes da importância de relatar irregularidades, do funcionamento da plataforma e do que deve ser relatado. Os Recursos Humanos participam de forma abrangente dessas estratégias de comunicação e capacitação para a utilização do Canal.
- Garantir a imparcialidade nos processos de atração e seleção de pessoal: a discriminação em processos seletivos ainda é uma realidade em todo o mundo. O RH deve pautar sua seleção em critérios objetivos e imparciais, considerando as competências e os méritos de interesse para o cargo em questão. Essa garantia está muito associada aos treinamentos disponíveis e às comunicações sobre respeito às diferenças e sobre a importância da diversidade nas organizações.
- Treinamento e Desenvolvimento: é pelo aprendizado e pela conscientização que atualizamos nossos conhecimentos e nos livramos de preconceitos. Treinamentos e conversas sobre diferentes etnias, raças, religiões, orientação sexual e sobre todos os grupos mais atingidos pelo problema do preconceito devem fazer parte do cotidiano laboral. É importante manter canais de comunicação abertos para que dúvidas, temores, angústias e crenças sejam debatidos e articulados, para que a abordagem seja eficiente.
Conclusão
Muitos avanços relativos ao preconceito e à discriminação foram alcançados nos últimos anos. No entanto, o problema é ainda muito abrangente e persiste, podendo frequentemente aparecer disfarçadamente. As vítimas nem sempre estão em posição de relatar e enfrentar o problema. Afinal, sofrê-lo gera consequências para o seu bem-estar e sua saúde mental.
Os Recursos Humanos possuem um papel fundamental nesse combate, principalmente nas estratégias de comunicação e treinamento. Também na elaboração dos Códigos de Conduta, na atração e seleção de colaboradores e no apoio à implementação e comunicação do Canal de Denúncias.
A Contato Seguro oferece o serviço de implementação completo do Canal de Denúncias na sua organização, com consultoria e acompanhamento em todas as fases da estruturação.
Veja como funciona nossa plataforma de Canal de Denúncias e dê um grande passo no combate ao preconceito e à discriminação em sua empresa:
O RH desempenha um papel essencial na construção de uma cultura organizacional inclusiva e respeitosa.
Ao revisar e atualizar o Código de Conduta e Políticas de Integridade, garantir processos de recrutamento imparciais e promover treinamentos sobre diversidade, o RH pode influenciar positivamente o ambiente de trabalho. Além disso, a implementação e a comunicação eficaz de um Canal de Denúncias ajudam a assegurar que qualquer caso de discriminação seja adequadamente relatado e tratado.
O Canal de Denúncias é uma ferramenta para combater a discriminação no ambiente de trabalho, pois oferece um meio seguro e anônimo para os colaboradores relatarem incidentes de discriminação e preconceito.
Isso encoraja os funcionários a se manifestarem sem medo de retaliação, permitindo que a empresa tome as medidas necessárias para investigar e resolver tais questões, promovendo um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo.
Treinamentos sobre diversidade e inclusão são fundamentais para sensibilizar os colaboradores sobre a importância do respeito mútuo e da aceitação das diferenças.
Eles ajudam a quebrar preconceitos, promovem uma compreensão mais profunda das experiências dos outros e incentivam a empatia.
Tais treinamentos contribuem para criar um ambiente de trabalho mais acolhedor, onde todos se sentem valorizados e respeitados, independentemente de suas características pessoais.
Fontes:
(1) https://tinyurl.com/4ks6wvmj
(2) https://tinyurl.com/y98vekpu
(3) https://tinyurl.com/2sr23urr