Como a saúde mental tem impacto sobre a performance no trabalho

Como a saúde mental tem impacto sobre a performance no trabalho

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Tempo de Leitura: 5 Minutos

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS(1), pode-se definir o conceito de “saúde” assim: 

“A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade.”

Podemos expandir esse conceito para abranger também a saúde mental — estar saudável psiquicamente não significa apenas não ter um transtorno ou um adoecimento significativo.

Um indivíduo que está psiquicamente saudável tem a seu dispor suas capacidades mentais (atenção, memória, percepção, raciocínio), que podem ser aplicadas de forma funcional em seus afazeres, sem que isso cause sobrecarga.

Além disso, o humor bem regulado, o equilíbrio emocional e a capacidade e desejo de enfrentar desafios condizentes com suas capacidades são marcadores importantes do bem-estar psíquico.

Fica explícito, assim, o quanto o sofrimento ou adoecimento mental gera um impacto negativo para o trabalho.

Nas empresas, um grande fator de risco para o sofrimento ou adoecimento mental é o assédio moral: só em 2021, foram levados à Justiça do Trabalho mais de 52 mil casos de assédio moral em todo o país(2).

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Por ser uma questão tão prevalente, é importante entender quais são os impactos das situações de assédio na saúde mental dos colaboradores e, consequentemente, da empresa.

Como o assédio moral afeta a saúde mental

O assédio moral(3) é qualquer ação ou conduta abusiva e repetitiva, feita de maneira frequente e proposital, por meio de atos, gestos, palavras (faladas ou escritas), que diminui, constrange, humilha e degrada um indivíduo.

Essa forma de violência psicológica se manifesta por, dentre outros:

  • humilhação;
  • perseguição;
  • isolamento;
  • ridicularização;
  • gritos
  • ameaças
  • discriminação;
  • solicitação de tarefas urgentes de forma desnecessária;
  • culpabilização excessiva do colaborador;
  • imposição de condições (horário, instrumentos de trabalho, tarefas) impróprias;
  • exclusão proposital do grupo, entre outros.

Na maior parte das vezes, a vítima de assédio moral se encontra numa posição de hierarquia inferior à do ofensor. 

Isso explica por que esse tipo de violência tem consequências tão sérias para o ofendido — a pessoa será muito menos propensa a expor a questão por medo de perder o emprego, e sente-se continuamente desmoralizada, já que a situação aparenta não ter solução.

As consequências do assédio moral para a vítima não terminam aí: espera-se que alguém que esteja sob o ataque de violência psicológica também apresente:

  • perda de criatividade e motivação;
  • perda da capacidade de concentração;
  • ansiedade e depressão;
  • aumento do risco de apresentar transtornos e doenças;
  • aumento do risco de se envolver num acidente de trabalho.

E, já que tudo que tem impacto sobre o colaborador também terá reflexos na empresa, esta não fica imune aos males do assédio. 

Os impactos da saúde mental do trabalhador sobre a empresa são, de maneira geral:

  • diminuição na produtividade;
  • perda na qualidade do produto ou serviço;
  • doenças, acidentes, afastamentos;
  • maior rotatividade;
  • prejuízos por processos e ações trabalhistas.

De 2019 para 2020, o número de afastamento do trabalho por questões de saúde mental aumentou em 26%(4), totalizando 576,6 mil pessoas.

Tudo indica, além disso, que as pessoas que acabam adoecendo mentalmente no trabalho não só passam por muito estresse, mas também acham que o estresse é normal na vida laboral, e têm medo de pedir uma folga para cuidar de sua saúde mental.

Por isso, o problema continua muito extenso e, sem uma abordagem sobre saúde mental nas empresas, ficará impossível reverter o quadro.

O combate ao assédio no ambiente de trabalho

Não à toa, em setembro de 2022 foi promulgada a Lei 14.457, que atualizou diversos ordenamentos quanto ao mundo do trabalho, com destaque à prevenção e combate a todo tipo de assédio nas organizações.

A CIPA, antes apenas “Comissão Interna de Prevenção de Acidentes”, agora tem na nomenclatura e como objetivo principal a prevenção do assédio, manifestando a equivalência deste tipo de violência aos outros tipos mais comumente identificados.

Agora, a prevenção do assédio é priorizada tanto quanto a de acidentes de trabalho, já que sua gravidade é também equivalente

Uma das grandes novidades dessa nova Lei é a obrigatoriedade do Canal de Denúncias em empresas que cumpram os requisitos para formar uma CIPA.

A ferramenta é comprovadamente o caminho mais eficiente para se identificar e combater irregularidades e más condutas nas organizações.

Como uma das principais preocupações dos colaboradores, ao ser vítima de assédio ou testemunhar um comportamento irregular é o medo de retaliação, ou de perda do emprego, o Canal de Denúncias externo vem com a garantia do anonimato.

Ter a segurança de poder relatar as possíveis ocorrências que esteja sofrendo, para o colaborador, é um ponto fundamental. Como já vimos, o medo é o principal silenciador nesses casos.

Para a empresa, conhecer as irregularidades é o único meio para tomar atitudes de prevenção e combate.

Aliás, uma pesquisa da ICTS Outsourcing com 213 empresas demonstrou que o assédio moral é justamente a ocorrência mais relatada em canais de denúncias.

A cultura de integridade, transparência e ética vem sendo mais fortemente estabelecida e reforçada, desde que o compliance passa a ser um objetivo e valorizado como parte da cultura organizacional.

Com a obrigatoriedade do Canal de Denúncias, isso tende a aumentar, e relatar atitudes indevidas e irregularidades passará a ser o novo normal.

Dessa forma, o assédio moral será cada vez menos tolerado e devidamente penalizado, tornando-se uma conduta menos prevalente.

As consequências são claras: colaboradores mais felizes, seguros, valorizados, e empresa produtiva, saudável e com ótima reputação. 

Uma empresa íntegra cuida da saúde mental dos seus colaboradores e é intolerante com qualquer tipo de violência e assédio. 
Por isso, para tirar suas dúvidas sobre o Canal de Denúncias e integrá-lo o quanto antes na sua estratégia, fale com nossos especialistas!

Fontes:
(1) https://tinyurl.com/y5jchyur
(2) https://www.trt13.jus.br/informe-se/noticias/em-2021-justica-do-trabalho-registrou-mais-de-52-mil-casos-de-assedio-moral-no-brasil
(3) https://bvsms.saude.gov.br/assedio-moral/
(4) https://persono.com.br/insights/saude-e-bem-estar/problemas-de-saude-mental-no-trabalho-aumentam-no-brasil

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