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Como combater a discriminação nos processos seletivos e construir uma empresa mais inclusiva

Tempo de Leitura: 5 Minutos

Esse é um problema real no ambiente de trabalho e pode estar especialmente presente durante as seleções. Então, combater a discriminação nos processos seletivos é um dever das organizações

A discriminação tem alvos comuns(1), principalmente nas pessoas mais vulneráveis a se tornarem vítimas, por conta de:

  • Idade
  • Deficiência
  • Nacionalidade
  • Origem socioeconômica
  • Gênero/sexo
  • Orientação sexual
  • Gravidez/maternidade
  • Raça/etnia
  • Religião

Num processo seletivo, uma organização procura o colaborador que mais coincide com as competências e habilidades exigidas pelo cargo. Se a discriminação fizer parte desse processo, essa decisão será afetada e, além de uma violação à lei, a empresa estará perdendo um potencial talento para seu time.

O preconceito e a discriminação ainda fazem parte do conjunto de crenças e atitudes em nossa sociedade. Por isso, é preciso evitá-los através de providências — entender o problema é o primeiro passo.

Neste artigo, vamos discutir como as empresas podem combater a discriminação nos processos seletivos e construir uma equipe mais inclusiva.

Discriminação em processos seletivos: o que é

De forma geral, a lei proíbe(2):

(…) qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros (…).

Desconsidera-se, para esses efeitos, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990), evidentemente. 

Sendo assim, algumas características individuais não devem ser levadas em conta nos processos seletivos, ou seja, não devem fazer parte das exigências ou preferências na decisão de escolher o melhor talento.

E isso vale para todo o processo: anúncio de vaga (recrutamento/atração) e avaliação ou escolha (seleção).

Portanto, nenhuma exigência e preferência que façam referência à raça, orientação sexual, idade, etc., deve ser disposta como requisito para a vaga, excetuando-se, como já indicamos, casos específicos e devidamente justificáveis, que não incorrerão em discriminação.

Da mesma maneira, os profissionais responsáveis pelos processos de testagem, entrevistas e outras técnicas de seleção devem estar cientes do problema e devem ser treinados para não permitirem que a escolha seja marcada pela discriminação.

Na seleção, a discriminação ocorrerá se, pela presença de determinada característica em um candidato, o profissional:

  • torne-se menos inclinado a escolhê-lo;
  • exclua-o da seleção definitivamente; ou
  • dê primazia a outro candidato que mais lhe convém por uma preferência pessoal/arbitrária e por preconceito.

Por isso, alguns cuidados são necessários quando se estrutura um processo seletivo, como veremos a seguir.

Cuidados nos processo seletivos: combatendo a discriminação 

Um processo de seleção justo considerará as competências e habilidades requeridas pela vaga para a avaliação dos candidatos e a discriminação pode estar presente em todas as etapas da seleção.

Para tornar as oportunidades mais igualitárias, o recrutador deve atentar-se à linguagem utilizada nos anúncios de vagas, aos locais onde as vagas são anunciadas, aos critérios de seleção, ao treinamento dos entrevistadores(3), enfim, a todos os detalhes que permitam que o processo seja divulgado amplamente e administrado com justiça.

Se você deseja implementar um Canal de Denúncias em sua empresa e não sabe por onde começar, fale com um especialista da Contato Seguro.

4 dicas para combater a discriminação

Aqui vão algumas dicas para o empregador que deseja tornar seus processos de seleção mais conscientes e justos:

  • Torne a igualdade de oportunidades um ideal: antes de tudo, entenda que a discriminação é uma violação de direitos e torne o ideal da igualdade de oportunidades um valor em sua organização. Eliminar tendências desse tipo deve ser um objetivo constante de uma empresa ética. Procure valorizar e incentivar a igualdade de oportunidades e ganhe os benefícios dessa postura.
  • Treinamento e conscientização: os profissionais de recrutamento e seleção devem ser conscientizados sobre os prejuízos das atitudes discriminatórias para as vítimas e para a organização. Treinamentos sobre desigualdade, comunicação abrangente e inclusiva, igualdade de oportunidades, exclusão de viés, entre outros, são muito bem-vindos.
  • Ferramentas de triagem/recrutamento às cegas: com o grande crescimento dos processos seletivos on-line, hoje existem ferramentas para triagem e recrutamento que evitam escolhas discriminatórias. O recrutamento às cegas(4), por exemplo, é um método que avalia o candidato sem o conhecimento de suas características pessoais. Essa é uma forma acessível e eficiente para evitar que o olhar do recrutador atrapalhe a seleção justa. 
  • Recolha feedback dos candidatos: empresas estão constantemente contratando. Adapte as formas de recrutamento e seleção e, terminado o processo, peça para que os candidatos expressem seus pensamentos e sentimentos quanto à seleção. Permita o anonimato e avalie se o seu processo ainda peca nos requisitos necessários para uma seleção justa. 
discriminação processos seletivos

Conclusão

Os processos seletivos podem ser discriminatórios. A presença de profissionais despreparados nas diversas etapas do recrutamento e seleção contribuem para que a discriminação esteja presente.

Discriminar durante a seleção de um candidato é negar a igualdade de oportunidades, permitir uma violação de direitos humanos e arriscar perder talentos de grande valor.

Uma organização ética deve empreender processos de seleção mais inclusivos, tornando a linguagem de anúncio mais abrangente, ampliando a variedade e o alcance das oportunidades, atendo-se a competências e habilidades essenciais para o cargo e capacitando profissionais para não efetuarem escolhas enviesadas.

Para tornar os processos seletivos mais justos, a organização deve ter a igualdade de oportunidades como um ideal, conscientizar e treinar os colaboradores responsáveis, utilizar ferramentas e métodos de seleção que evitem a escolha discriminatória e recolher feedback de candidatos a fim de trazer insights para melhorias.

Um processo de seleção sem discriminação agrega valor à sociedade, aos indivíduos e colaboradores e à própria organização. 

Quer saber como um Canal de Denúncias pode ajudar nesse processo? Fale com um especialista.

Fontes:
(1) https://tinyurl.com/2e4md3n6
(2) https://tinyurl.com/26aux2b2
(3) https://tinyurl.com/37zcu4cw
(4) https://tinyurl.com/2cjnwtrw

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