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Inteligência emocional no trabalho: highlights da entrevista com Gabriel Carneiro

Tempo de Leitura: 5 Minutos

O consultor, palestrante, escritor e professor Gabriel Carneiro está de volta à Contato Seguro, e dessa vez conversamos sobre inteligência emocional no trabalho.

Respondendo a questões comuns sobre o tema, o especialista cobriu tópicos como:

  • as responsabilidades da organização quanto às questões emocionais dos colaboradores;
  • a flexibilidade da interpretação de uma emoção;
  • técnicas para abordar a inteligência emocional no trabalho;
  • a importância do alinhamento de expectativas como um regulador emocional num time; e
  • dicas práticas para o autocuidado e o desenvolvimento individual da inteligência emocional.

Neste artigo, selecionamos alguns highlights e destacamos e expandimos algumas falas do autor para te convidar a assistir à entrevista completa, que está imperdível!

Boa leitura!

Qual o papel do setor Gente e Gestão para o desenvolvimento de inteligência emocional no trabalho?

O setor de Gente e Gestão não deve ter a responsabilidade de fazer com que as pessoas se sintam bem.  

Relacionar-se bem não é um “direito” de todos; é um dever de cada um. Portanto, não há um setor, chefe, ou responsável que tenha a obrigação de entregar isso para os colaboradores..

O setor Gente e Gestão deverá estar atento a esses assuntos — mapeando áreas em conflito, propondo treinamentos, articulando melhor os meios de comunicação e convivência, etc.

A responsabilidade do setor é gerir o fluxo que deve ocorrer quanto a essas questões. 

Em quais situações do dia a dia a inteligência emocional é relevante para o colaborador?

Não existe emoção positiva ou negativa. O que é importante não é o que se sente, mas o que se faz com o que se sente.

A raiva pode te levar à agressividade, mas também ao diálogo. A tristeza pode te fechar em si mesmo, ou te fazer interrogar sobre sua própria vida. O medo pode te proteger de uma situação arriscada.

Dessa forma, a inteligência emocional deve ser um recurso a ser usado em todos os momentos; porque não deixamos de ter emoções, e também não podemos deixar que as emoções definam a nossa experiência, principalmente no ambiente corporativo.

Quais as práticas mais comuns empregadas pelo setor de gente e gestão que trabalha com inteligência emocional?

Criação de espaços de conversa, primeiramente. Para começar o trabalho com inteligência emocional, é preciso primeiramente reconhecer e expressar essas emoções

É a partir do diálogo que se criam soluções, ações possíveis diante de uma frustração, do sentimento de injustiça, da raiva, etc.

Nesse contexto, a presença de um bom mediador é fundamental, porque nem sempre as pessoas têm coragem de dizer o que realmente pensam.

O mediador deve fomentar a conversação de forma interessante e profunda, permitindo que o máximo de informações sejam compartilhadas quanto à situação ou emoção em jogo.

Depois de recolher, então, essas expressões nessa comunicação, o gestor olha para o quadro geral da organização e nota quais pontos precisam de intervenção: feedback, pressão, injustiça, alinhamentos, etc.

Quais são os benefícios para o colaborador e para a empresa?

São dois os principais benefícios:

  1. Diminuição dos conflitos

O colaborador precisa aprender que não deve nem dizer tudo que pensa, nem não dizer nada.

Ao trabalhar inteligência emocional, os funcionários passam a entender que se deve dizer tudo aquilo que é relevante para o processo. O objetivo é a criação do diálogo que crie soluções para os conflitos.

  1. Observação das pessoas

Atualmente, as pessoas em geral, e os líderes, perderam o hábito de observar, de ver seus funcionários. Os colaboradores não são vistos, ninguém repara nas suas mudanças de comportamento, nem para melhor, nem para pior. 

É preciso voltar a isso: pela observação, precisam-se abrir vias de vulnerabilidade, de expressão — é por aí que se acessa a verdade das situações, e daí que o diálogo é estabelecido.

Como podemos levar o desenvolvimento da inteligência emocional para além do ambiente de trabalho?

Novamente: a empresa não é responsável pela vida pessoal do colaborador.

Como organização, o papel da empresa no bem-estar dos funcionários é a criação de ambientes saudáveis, que facilitem a consideração das questões pessoais quando for necessário.

Flexibilidade aqui é a palavra-chave: a empresa não deve esquecer que o colaborador também tem uma vida pessoal, que vez ou outra terá um impacto no seu cotidiano de trabalho, e essas situações devem ser negociadas.

Os dois elementos fundamentais para as lideranças compreenderem são: empatia (respeito e não julgamento), e o estabelecimento de contratos claros (alinhamento de expectativas).

A importância do diálogo entre os líderes e liderados para alinhamento de expectativas

Quem escuta também tem que dizer.

O liderado precisa aprender a dizer “não sei”, “nisso preciso de ajuda”, “isso não consigo entregar”, “dessa forma eu não posso fazer”, etc.

O que o líder diz não deve ser tomado como uma imposição autoritária. O líder orienta porque é seu papel orientar; cabe ao funcionário negociar as condições necessárias para que o trabalho seja possível

Esse diálogo é fundamental e deve realizar-se antes da tarefa, e não depois que o problema aparece.

Por onde começar?

Hoje o acesso a esse tipo de conteúdo é muito fácil. 

Cada indivíduo precisa se responsabilizar pelo seu crescimento e ser o mais autônomo possível na jornada: procurar ativamente esse conhecimento é o primeiro passo.

Com um celular na mão, você tem acesso a dezenas de vídeos e textos sobre o assunto.

Outra forma: modelagem. Imitar conscientemente as pessoas cujo comportamento você admira — ou que tenham uma característica específica que você gostaria de ter. O ser humano aprende muito por imitação. Modele o colega que você admira por ser assertivo, leia o que o seu líder lê, faça atividades que parecem comuns às pessoas que você admira, etc..

A ansiedade é hoje uma emoção universal, e que carrega todas as outras. 

Uma abordagem fisiológica do tratamento das emoções deve ser considerada: evitar café, açúcar, e qualquer alimento estimulante, pode te levar a um estado de ansiedade mais tolerável, e a partir desse ponto você pode se tornar capaz de observar melhor e manipular melhor o seu comportamento e as suas emoções. 

Optar por chás calmantes, diminuir a exposição a telas uma hora antes de dormir, investir em alguma atividade física.

Esses são passos básicos para iniciar uma jornada de autocuidado e inteligência emocional.

Por fim, é importante lembrar que uma parte da ansiedade se resolve com planejamento. Se você está com medo de não realizar um prazo de uma tarefa, coloque-a no papel: desdobre a tarefa toda nos menores passos possíveis, coloque uma linha temporal, e comece a seguir o passo-a-passo. 

Se inicialmente a tarefa parecia um dragão de sete cabeças, ao desdobrar-se, ela se torna um conjunto de pequenos dragõezinhos de apenas duas cabeças, bem menores, possíveis de se derrotar — a ansiedade, então, diminui.

Além disso, é preciso sempre lembrar que a lista de coisas que não sabemos é sempre maior do que a lista do que sabemos. Assim, se há algo que nos incomoda e se repete em nossa vida, provavelmente é porque existe algo que não sabemos e continuamos a não entender

Procurar ajuda é fundamental: existem profissionais capacitados para isso, materiais, livros, toda fonte de conhecimento que você puder buscar.

O processo de autodesenvolvimento é um processo de nutrição, contínuo, e que, com o tempo, vai trazer resultados. Se você gostou desse artigo, assista à entrevista na íntegra:

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